sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Núcleo de Coimbra

do Conselho para a Paz e a Cooperação(CPPC), reuniu.

Aconteceu nesta quarta-feira, 26 de Outubro de 2011.

Entre outros assuntos foi deliberado participar e foram indicados representantes do núcleo de Coimbra para estarem presentes na Assembleia da Paz, que se realiza em Lisboa a 19 de Novembro de 2011.
Foi delineado o plano de actividades do Núcleo de Coimbra do CPPC para 2011-2012. Foram distribuidas tarefas pelos activistas do Núcleo nomeadamente para fazer a distribuição do boletim "Notícias da Paz" e para outras actividades.

Tomada a decisão de realizar um "Magusto Pela PAZ!" que acontecerá na Praça da República, em Coimbra, a partir das 18H30 do dia 15 de Dezembro de 2011.

Foi marcada a próxima reunião de trabalho para dia 05 de Dezembro de 2011, pelas 21H30, na Pr. da República,28 em Coimbra.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sistema antimíssil dos EUA na Europa

Uma nova ameaça à Paz

 
A cedência pelo governo espanhol da Base da Rota à NATO e a integração desta, a partir de 2013, no sistema antimíssil promovido pelos EUA na Europa - que, na última Cimeira da NATO, realizada em Lisboa, a aliança norte atlântica adoptou como seu -, levanta, ao Conselho Português para a Paz e Cooperação, as mais profundas inquietações.
Com a base da Rota, localizada em Cádis, no Sul de Espanha, a NATO passa a ter mais um ponto de apoio estratégico para as suas missões agressivas, nomeadamente no Norte de África e no Mediterrâneo.
O CPPC alerta ainda para os imensos perigos da nova corrida aos armamentos que a implementação e instalação na Europa do sistema antimíssil dos EUA representa e que a decisão de utilização da base da Rota para este fim é mais um passo.

Ao contrário do que é afirmado, o sistema antimíssil não é defensivo. Trata-se sim de um projecto ofensivo de alcance estratégico que, a ser levado por diante, desequilibrará a favor dos EUA e seus aliados a correlação de forças nucleares à escala global, ao tentar inutilizar a capacidade dissuasora de países como a Rússia e a China – contra quem realmente o sistema se destina.
O CPPC lembra que na sua cimeira realizada em Lisboa, no ano passado, a NATO reafirmou, no seu conceito estratégico, a possibilidade de utilização de armas nucleares em primeira mão, ao passo que os EUA, que reviram a sua doutrina nuclear, admitem o emprego de armas nucleares contra países não detentores desta arma.
Cada arma nuclear dita «táctica» armazenada em muitas bases em solo europeu, têm a potência de uma bomba de Hiroshima e as ogivas estratégicas têm uma potências dez ou cem vezes superior.
O CPPC, certo de corresponder ao sentimento da maioria do povo português, reafirma a sua rejeição da instalação do sistema antimíssil dos EUA na Europa e a sua exigência de sempre da eliminação das armas nucleares e do desarmamento total, simultâneo e controlado e do cumprimento dos tratados internacionais existentes, nomeadamente TNP e TCBT.
Num momento em que os EUA e seus aliados na NATO se debatem com uma das mais graves crises de sempre, procurando através do militarismo, da corrida aos armamentos e das guerras de agressão e saque contra os povos a tentativa de superação dos graves problemas que enfrentam, o Conselho Português para a Paz e Cooperação, fiel à Constituição da República Portuguesa, defende a solução pacífica dos conflitos internacionais, a não ingerência nos assuntos internos dos Estados, a abolição de quaisquer formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos. O futuro da humanidade assim o exige.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

NATO provoca desastre humanitário em Sirte

Parar a agressão à Líbia


O Conselho Português para a Paz e Cooperação condena o massacre que há semanas está a ser perpetrado pela NATO e pelo CNT contra a população de Sirte e de outras cidades da Líbia.

Para além dos violentos bombardeamentos aéreos e terrestres que já provocaram inúmeras vítimas e o êxodo em massa da população em fuga dos bombardeamentos «humanitários», que não poupam hospitais e bairros residenciais, o brutal bloqueio à cidade está a intensificar-se provocando carências extremas de medicamentos, alimentos e água. É a própria imprensa internacional, que silenciou os massacres cometidos pela NATO ao longo dos últimos meses, a ser obrigada a reconhecer que Sirte enfrenta um verdadeiro desastre humanitário.

A guerra na Líbia, ao contrário do que foi apresentado pelas grandes potências e os média ocidentais, não tem nada a ver com uma suposta «defesa dos direitos humanos» ou dos «civis», como aliás provam os massacres de Sirte, precisamente contra civis líbios, os mesmos que a NATO diz querer «defender».

Como o CPPC há muito vem afirmando, a intervenção militar na Líbia é mais uma guerra pelo controlo dos recursos, semelhante às perpetradas contra os povos do Afeganistão e do Iraque. Uma guerra levada a cabo pelas grandes potências ocidentais, as mesmas que apoiaram até ao fim os regimes de Mubarak, no Egipto, e Ben Ali, na Tunísia, e que agora condicionam estes processos, procurando evitar que ali se desenvolvam autênticas revoluções patrióticas; são as mesmas que inviabilizam a criação do Estado da Palestina e que apoiam activamente Israel a prosseguir a ocupação; são ainda as mesmas que promovem a desestabilização interna da Síria, antiga adversária dos objectivos imperialistas dos EUA na região.

Os massacres da NATO em Sirte ou em Tripoli, como todos os que cometeu contra o povo líbio ao longo dos últimos meses, tornam ainda mais urgente a exigência de uma solução pacífica e negociada para o conflito líbio, sem interferências ou ingerências externas – nem mesmo do Secretário-geral das Nações Unidas.
O CPPC exige o fim dos bombardeamentos e do bloqueio a Sirte e a outras cidades líbias; a retirada imediata da NATO daquele país africano; a resolução pacífica e negociada do conflito pelo povo líbio.

O CPPC reclama ainda do Governo português que, em consonância com a letra e o espírito da Constituição da República (que está obrigado a cumprir) se bata por estas exigências nas instâncias internacionais em que participam, ao invés do seu apoio à agressão da NATO e à subversão do direito internacional, demonstrando ser cúmplice de um autêntico genocídio e de mais um atentado contra o direito internacional e o inalienável direito dos povos à sua autodeterminação.

10 de Outubro de 2011
Conselho Português para a Paz e Cooperação

Afeganistão - 10 anos de morte

Denunciar e condenar a participação de Portugal na agressão!
Assinalam-se hoje 10 anos do início da agressão e ocupação do Afeganistão por parte dos EUA e da NATO. São dez anos de sangrenta e injustificável barbárie contra o povo afegão, que já causou dezenas de milhares de mortos e feridos e milhões de deslocados.

Ocorrida na sequência dos ataques de 11 de Setembro de 2001 a Nova Iorque e sob o pretexto de «combater o terrorismo», a agressão e ocupação do Afeganistão iniciou uma década em que o imperialismo, com destaque para os EUA, em conivência ou em aliança com outras potências e com a participação formal da NATO, elevou significativamente a sua agressividade e militarização, levando a cabo uma série brutal de ataques, invasões e ocupações em países soberanos, como o Iraque ou, mais recentemente, a Líbia – com o seu rol de centenas de milhar de mortos e estropiados e da degradação das condições de vida de milhões de seres humanos – numa estratégia de domínio global, de controlo de rotas e de recursos naturais, com destaque para os energéticos.

Procurando assim, através da guerra e da usurpação da soberania e de recursos de outros povos, iludir ou encontrar uma (falsa) «saída» para a profunda crise em que se encontra e para a qual arrasta o mundo.
Mas apesar de todos os seus esforços, longe de terem conseguido estabilizar a situação militar no terreno, as forças ocupantes no Afeganistão, que deveriam começar a retirada ao fim de uma década, anunciam agora a permanência por um período muito mais dilatado de tempo, num país destroçado, num contexto regional agravado e perante um futuro incerto.

De 2001 a 2011 assistimos a um novo recrudescimento da militarização das relações internacionais e da corrida aos armamentos protagonizada pelos EUA e seus aliados, que juntos representam mais de dois terços das despesas militares de todo o mundo. Agressão após agressão, renovam-se as ameaças de ingerência e agressão, como as que pairam sobre a Síria.

Assinalar cerca de 3650 dias de guerra no Afeganistão é denunciar e condenar a brutal violação de direitos humanos, a criação de autênticos campos de concentração, a prática da tortura, o sequestro e as prisões ilegais e secretas, a profusão de medidas atentatórias das liberdades e garantias dos cidadãos, o propagar do racismo, da intolerância e da xenofobia.
Assinalar os 10 anos de guerra no Afeganistão é denunciar e condenar a participação de Portugal na agressão e subsequentes missões na ocupação desse país, sinal de uma política externa subserviente aos interesses das grandes potências, dos EUA e da NATO, que de todo não está ao serviço dos interesses dos portugueses, bem pelo contrário, nem em consonância com a Constituição da República Portuguesa nem com a Carta das Nações Unidas.

É uma evidência para todos os amantes da paz que se impõe travar esta espiral de guerra e destruição que ameaça todo a humanidade. Por isso, assinalar uma década de guerra no Afeganistão é acima de tudo reafirmar a necessidade de lutar pela paz. A guerra não trouxe uma melhor vida, nem maior segurança para os povos. É tempo de afirmarmos uma vez mais a nossa profunda convicção que a luta dos povos pela paz é necessária, e que é dela que surgirá um mundo mais justo e fraterno.

7 de Outubro de 2011
Conselho Português para a Paz e Cooperação