É no Médio Oriente que os EUA e os seus aliados da NATO procuram levar a cabo a principal agressão contra a soberania dos povos.
É contra os países que nesta região assumem posições que contrariam e opõem os propósitos imperialistas dos EUA, designadamente a criação do denominado «Grande Médio Oriente», e que decididamente enfrentam e rejeitam a política colonialista de Israel – que ocupa ilegalmente territórios da Palestina, do Líbano e da Síria – que os EUA e os seus aliados levam a cabo uma perigosa escalada de ingerência e de guerra, com imprevisíveis consequências.
Na sequência da autêntica barbárie que lançaram contra o povo líbio – submetido a meses de ininterruptos bombardeamentos e à destruição e saque por parte da NATO e dos seus mercenários, causa de dezenas de milhar de mortos –, os EUA e os seus aliados lançam-se agora na provocação, na desestabilização interna, e na ameaça de agressão militar directa contra a Síria e o Irão.
Ingerência e ameaça de intervenção acompanhadas por uma ampla campanha de mentira e mistificação, em tudo semelhante às que antecederam as agressões à Jugoslávia, ao Afeganistão, ao Iraque ou à Líbia.
Ao mesmo tempo que conspiram descaradamente contra a Síria – promovendo o seu isolamento político e económico, incentivando e alimentando o seu conflito interno e procurando instrumentalizar, uma vez mais, a ONU para justificar os seus propósitos belicistas –, renovam as suas ameaças de agressão militar ao Irão, instrumentalizando a Agencia Internacional de Energia Atómica – como tinham feito na preparação da agressão ao Iraque –, como pretexto para a guerra. Guerra que, no fundo, é contra todos os povos do Médio Oriente.
A não ser travada esta escalada de confronto e de guerra imperialista, a humanidade enfrentará uma potencial catástrofe de grandes dimensões.
Deste modo, a Assembleia da Paz:
Exige o fim de toda e qualquer ingerência e desestabilização na Síria, e o respeito pela soberania do seu povo e pela independência e integridade territorial deste país (incluindo a recuperação dos seus territórios ilegalmente ocupados por Israel);
Exige o fim das ameaças de agressão ao Irão e o cabal cumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear, designadamente pelos EUA e Israel;
Reclama do Governo português o respeito pela Constituição da República – que preconiza a solução pacífica dos conflitos internacionais e a não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados – e pela Carta das Nações Unidas
Lisboa, 19 de Novembro de 2011
Na XXII Assembleia da Paz do CPPC, esta foi uma moção aprovada sobre a situação que se vive no médio oriente, nomeadamente o crescente risco de uma escalada de confronto e de guerra imperialista na região com potenciais resultados catastróficos para a humanidade.